Atos de Vandalismo – A Raiz da Questão

Vandalismo é toda ação individual ou coletiva que tem como objetivo destruir intencionalmente patrimônio público ou privado.

O Vandalismo tem origem desde os primórdios da humanidade. Quando acontecia uma guerra de um povo contra outro, o grupo vencedor destruía casas, templos religiosos, objetos ou prédios que representavam a cultura do povo vencido. A intenção era desmoralizar e humilhar o vencido. Também queriam eliminar ou dificultar a sua reconstrução.

Atualmente várias são as razões que levam principalmente os jovens a praticarem o vandalismo, quais sejam:

1 – Primeira causa – Desajuste familiar

No Brasil aproximadamente 37% das famílias são sustentadas apenas pelas mulheres, que são obrigadas a trabalharem para sustentarem, sozinhas, seus filhos. A irresponsabilidade, tanto de homens como de mulheres, na formação da família expõe as crianças a influência das ruas, sem que possam ser socorridas ou quando os pais se apercebem já é tarde, pois foram cooptadas pelos criminosos ou pelos bandos que se formam em cada comunidade.

2 – Segunda causa – Omissão do Estado

O Estado não oferece às crianças uma educação de qualidade em tempo integral, onde as crianças e adolescentes permaneçam o dia inteiro ocupado em atividades construtivas, como o estudo curricular, música, esportes, formação profissional. Podendo, inclusive, descobrir talentos olímpicos e/ou ciência. Além de preparar pessoas para o mercado de trabalho. Por esta omissão do Estado, as crianças e adolescentes ficam sem ocupar as suas mentes, sem um caminho delimitado para seguirem, sem propósitos. São lançados à sorte, deixados ao acaso para ver no que vai dar.

Crianças e adolescentes devem moldados conforme a vocação natural de cada um. Valorizando a aptidão que Deus deu a cada ser humano. Para isto, deve haver um programa de acompanhamento durante todo o período de preparação, até que entrem na idade adulta com o de direcionamento para suas vidas e não soltos à própria sorte. Não há ventos favoráveis para quem não sabe para onde quer ir.

3 – Terceira causa – Perda de Valore

a – Valores Éticos/Sociais – os jovens acompanham os noticiários e vêm em todos os níveis do poder político do país, pessoas corruptas ocupando os cargos públicos e na maioria das vezes impunimente. Políticos se enriquecendo e que nunca foram ou serão punidos, pelo contrário, ocupam os mais altos cargos e estão sempre na grande mídia como destaque. Isto faz com que crianças, adolescentes e jovens percam o referencial que deveriam seguir. Perderam a confiança que os governantes sejam capazes de resolver os problemas sociais e se arriscam desesperadamente em alternativas de decisão coletiva como o vandalismo.

b – As Redes Sociais – o advento das redes sociais potencializou a formação de grupos com o mesmo padrão social que muitas vezes é utilizado para a formação de gangues e controle sobre ação policial. Os jovens esquecem que existe o mundo on-line e o mundo off-line. Eles precisam entender que a vida acontece no mundo off-line, este é o mundo real, onde se constrói com esforço, suor, trabalho, preparação e dedicação. Os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real.

c – Tateando no Escuro – acredito que tanto governantes, como os ditos Formadores de Opinião, bem como a população estão tateando no escuro. Não conseguem fazer uma leitura real do que está acontecendo, não conseguem desenvolver ações que contraponha às tendências da sociedade. Atiram para todos os lados sem encontrar solução.

d – A imposição do mercado sobre Artes, Igrejas e Estado – o mercado dita as regras de comportamento e da criatividade. O dinheiro tomou as rédeas do que deveria ser a coluna que sustenta e direciona a sociedade. O interesse financeiro apagou a paixão que movia os artistas, as igrejas e o estado.

A Igreja deveria cumprir o seu papel de levar a pessoa a um encontro com Deus. Ensinar às pessoas os valores que sustentam uma sociedade sadia. Mas o que muitas vezes vemos são líderes omissos e mais interessados em manterem seus postos do que confrontar os seus fiéis naquilo que estão errados. A Igreja deve se posicionar firmemente contra toda podridão que tenta destruir a nossa sociedade. Igreja que se cala não é Igreja de Deus, é clube ou associação e não uma instituição de Deus. Deus não se importa se ficaremos contrariados, a Palavra dele é sempre fiel e verdadeira, gostem ou não.

Pontos correlatos

a – No Brasil e em todo mundo está acontecendo uma perda vertiginosa de valores morais que se refletem nos entretenimentos, na música, na arte e no comportamento coletivo.

Os jovens vivem em função de momentos de prazer, leia-se sexo. Grupos ou gangues, saem todos os dias para aproveitar do corpo de alguém, em bebedeiras e em drogas.

b – Na música – veja a qualidade das músicas atualmente. Uma pobreza de criatividade, sem riqueza harmônica, uma verdadeira apologia ao sexo irresponsável, à violência e a criminalidade.

c – Na Arte – para ser bonito tem que ser apelativo, tem que haver exposição do corpo. Para ser atual, tem que atacar os valores da família tradicional e os fundamentos da sociedade ética.

d – O que impera hoje é o pensamento “os fins justificam os meios”, ou seja, não importa o que a ação pode provocar, o que interessa é que o indivíduo se julga no direito de manifestar a sua contrariedade sem levar em consideração os resultados para os outros.

Percebemos uma supervalorização dos prazeres em detrimento do trabalho, do estudo, da preparação, da responsabilidade e da honra. O que importa é o prazer. Acham que a vida não exige esforços ou suor. Se esquecem que o trabalho proporciona grande prazer.

Os Heróis “Às Avessas”

A Questão da Impunidade – a ineficiência do Estado em punir os culpados gera no jovem a ideia que o crime compensa, uma vez que ninguém será punido ou que existe uma mínima possibilidade. Isto faz com que os seus heróis sejam os traficantes que dentro de suas comunidades se exibem com carrões, armas, pompa, respeito de todos, poder sobre a população e raramente são levados aos tribunais e por fim aos presídios.

A Questão da Inversão de Valores

Direitos Humanos – existe uma onda que está tomando conta do pensamento no meio político, do judiciário, das universidades e dos líderes formadores de opinião, que Direitos Humanos é a liberdade sem responsabilidade, sem trabalho, sem prestação de contas, que a sociedade tem o dever de suportar os criminosos sem qualquer punição. Há uma desconstrução dos valores estabelecidos desde os primórdios da humanidade, que são regras básicas de sustentabilidade do equilíbrio social, sem as quais a vida em sociedade vira uma anarquia. Há uma intenção de descaracterizar o nosso país.

Para este grupo, é proibido proibir. Tudo deve ser aceito e suportado, sem qualquer reprimenda. Meus pais diziam que é como cultivar batata no bagaço de cana, a batata fica toda disforme, pois não tem resistência para lhe dar a forma, assim é a pessoa que é criada sem regras, sem o “não”, tão necessário, para delimitar o caráter de uma pessoa. Como bem descreveu o poeta Mario de Andrade, o personagem “Macunaíma”, o sem caráter.

Existe uma corrente no meio político, principalmente os partidos de esquerda, que a sociedade seria melhor se não existisse Polícia. Se esquecendo de que vida em sociedade implica em regras sociais, limites para cada cidadão, direitos deveres e, que a transgressão desses princípios implica em punição e isto não existe sem polícia.

Alerto para um crescente sentimento de indignação que está se formando em vários setores da sociedade, que não suportam mais tanta bandalheira, tanta corrupção, irresponsabilidade, falta de respeito, falta de compromisso, falta de trabalho. Vai chegar o momento de tomada de decisão e não sei se sem radicalismo. Isto é como um vulcão prestes a entrar em erupção já vê a fumaça começando a aparecer. Para quem observou nas manifestações últimas, algumas bandeiras de populares pedindo intervenção militar. Muitos analistas comentaram que no Brasil não tem espaço para isto. Mas o que acontece é que uma grande parte da população que é formada por pessoas compromissadas, sérias e trabalhadoras, que é quem carrega este país nas costas, já não suportam tanta imoralidade, tanto desrespeito. Cuidado. É momento de alerta!

Cilas Rosa