Quem conhece o casal Sara e Cilas, casados há dezessete anos e pais de três meninos lindos: Matheus (13 anos), Filipe (dois anos) e Rafael (sete meses) costuma dizer que eles construíram uma família feliz. E é verdade.
Essa afirmação é tão verdadeira quanto o é os obstáculos que eles enfrentaram ao longo desses anos, ou melhor, desde que se conheceram, no âmbito da formação cultural, das emoções, das experiências maritais mais profundas e impactantes, no campo da vida espiritual e até mesmo na saúde física superando muito mais que o câncer como doença física, mas vencendo os desafios que poderiam levar ao e evitando o câncer denominado DIVÓRCIO que adoece não só os membros da família, mas a sociedade e o próprio Estado, país.
Sabe quando você tem certeza que foi designado para uma missão? Pois bem, esse casal foi escolhido para viver as mais áridas e também as mais doces e sublimes experiências da jornada conjugal e familiar para fazer poesia, destoando do comum hoje e afirmar com suas próprias vidas que o casamento e a família podem proporcionar felicidade plena.
Sara Bernardes é pós-doutora e doutora em Ciências Jurídicas e Socias, com tese defendida na área da família. Cilas, é professor, pastor e Master Coach.
O casal realiza há mais de dez anos um trabalho voluntário de terapia conjugal a famílias e casais em crise.
Você será muito edificado ao conhecer a Autobiografia desse casal que estará disponível em forma de livro e também em DVD.
Abaixo você pode conferir texto extraído de um capítulo.
Capítulo 3
COPO QUEBRADO E CONVITE PISOTEADO
Hoje, quando ministro para jovens e adolescentes sempre menciono sobre a importância de orar a Deus e saber o que Ele tem a dizer sobre o namoro que está rolando. Quando pergunto a eles se já buscaram a aprovação de Deus se ele ou ela é a pessoa certa, a maioria meneia a cabeça negativamente. Julgam até ser ultrapassado e desnecessário, pois, afinal vivemos na pós-modernidade e sabemos exercer muito bem o nosso direito de livre escolha. Sim, a escolha é nossa, mas a melhor escolha é optar pela vontade de Deus e esta passará a ser a nossa vontade resultando-se “boa, perfeita e agradável”. Muitos demoram entender essa verdade e sofrem demasiadamente pela desobediência. A pessoa certa é a pessoa do plano de Deus.
A pessoa certa é a pessoa do plano de Deus. Certo. Como encontrá-la? Como receber essa resposta, essa confirmação? Ouvindo a voz de Deus.
Talvez a experiência que vivenciamos nesse aspecto pode ilustrar para você uma das maneiras que Deus nos informa se estamos no caminho certo ou não.
No ano 1995 ocorreu a inauguração do Grande Templo em Cuiabá. O maior templo religioso do Brasil com capacidade para 25.000 pessoas. Minha igreja preparou uma caravana para irmos à inauguração do templo. Foram sete dias de festa de adoração a Deus pela grande conquista de todos nós – o Grande Templo.
No retorno, a caravana fez uma parada em um restaurante e eu desci para comprar água. Enquanto eu pagava a água um rapaz colocou-se ao meu lado e perguntou o meu nome.
_ Sara. Respondi.
_ Ah, sim claro, você é a famosa Sara de Rondonópolis, famosa por sua beleza e talentos.
Eu já havia sido sondada por três grandes agências de Top Model Agencies para desfiles de moda e até mesmo uma grande empresa quis me contratar por longo tempo. Abri mão disso para construir minha própria carreira como empresária.
_ Eu olhei bem nos olhos dele e furiosamente respondi:
_ Não tenho tempo para essa conversa.
Ele insistiu:
_Eu preciso do número de seu telefone.
_Vejo que você não tem papel e caneta para anotar.
_ Fale apenas uma vez e eu o memorizo, respondeu ele.
Lisonjeada pelo elogio daquele rapaz, achei-o bastante ousado em sua abordagem. Voltei para o ônibus sentindo-me admirada, contudo não aceitaria um pedido de namoro daquele rapaz, eu pude ver no olhar dele apenas a admiração pelo meu estereótipo. Sequer perguntei seu nome.
O período do namoro é propício para o conhecimento sobre a formação, a personalidade, o temperamento, o caráter, os sonhos, os projetos da pessoa enamorada. O namoro deve ser o início da construção sólida e resistente de um casamento duradouro como Deus planejou.
É comum, nesse período, esconder a sete chaves os defeitos e pontos fracos e engrandecer exageradamente as qualidades, passando-se a visualizar somente essas e atenuar aquelas. Esse é um dos fatores que motivam as decepções já no início do casamento e ensejam a separação de muitos casais. A falta de diálogo, a ausência de comunicação construtiva pode gerar terríveis tragédias.
Voltamos para Rondonópolis. A viagem foi maravilhosa. Um mês após, aconteceu um Congresso de Jovens e eu participei produzindo um teatro naquela ocasião.
Ao final do evento uma amiga trouxe um rapaz para apresentar-me. O nome dele: Cilas. Conversamos por muito tempo, ele expôs a mim suas opiniões sobre assuntos realmente relevantes para mim. Achei-o muito bonito, alto, moreno, olhos amendoados, sorriso e boca perfeitos, e um coração apaixonado por Jesus. Fiquei impressionada.
Cheguei em minha casa e contei para Deus em oração: Querido Senhor, hoje eu conheci o Cilas e gostei muito dele. Hum… ele preenche os requisitos físicos que eu pedi ao Senhor, parece que ele tem os mesmos planos meus… Até parece que ama o que diz respeito ao teu Reino, e o conceito de casamento para ele compreende estar casado para toda vida. Eu o coloco nas Tuas mãos e Te peço que se ele é o príncipe que o Senhor preparou para mim, no tempo melhor o Senhor venha nos unir. Em Nome de Jesus. Amém.
Eu jamais imaginaria que o Cilas daquela noite era o mesmo rapaz que havia me abordado no restaurante enquanto eu comprava água. Acredite: era ele! Vejam como a forma de apresentar-se faz toda diferença.
Cilas dirigiu-se para sua casa e fez a seguinte oração: “Senhor, gostei muito dessa moça por nome Sara e quero que ela se torne a minha esposa”.
Passaram-se três anos.
Eu estava no meu segundo noivado. Ambos assumidos sem segurança. Aos vinte e um anos preparava-me para casar com um engenheiro, rapaz bonito, de boa fala, boa família. Sua família de raízes cristãs fez tudo para me encantar: preparou um lindo apartamento minuciosamente decorado, uma festa para quinhentos convidados, requintados convites distribuídos e, empolgados, marcamos a data do casamento. Minhas amigas prepararam uma despedida para minha solteirice e queriam homenagear-me. O meu noivo morava muito distante e não poderia participar. Então, somente eu participei do lindo evento e me diverti muito com dezenas de amigos e amigas. Levei alguns convites que restavam para distribuir e um deles era o convite ao Cilas – eu o convidaria a ser meu padrinho de casamento -, afinal nós havíamos mantido uma amizade muito bonita e eu gostaria muito de tê-lo em meu casamento. Quando procurei o convite do Cilas não o encontrei e vi que o havia esquecido em minha casa, então combinamos o dia da entrega do convite.
Passaram alguns dias. Eu encontrava-me muito ansiosa com tudo: Os preparativos do casamento, o pedido de demissão da empresa uma vez que me mudaria para outra cidade, vendi meu piano – meu xodó -, gostava de tocá-lo nos fins de semana. Em meio a tanta correria Deus precisou falar-me enquanto eu dormia.
Em uma dessas noites adormeci e tive um sonho. Sonhei que uma mão retirava a minha aliança de noivado e a esmiuçava diante dos meus olhos. A aliança virou pó. Depois, a mesma mão trouxe uma nova e brilhante aliança e colocou-a no meu dedo anelar direito. Atônita, acordei.
Ajoelhei e recostei minha face no chão e pedi perdão ao Senhor por não ter recorrido a Ele antes de agendar o casamento, sequer perguntei a Deus o que ele achava da minha decisão. Sondei o meu coração indagando-me se havia amor para assumir um relacionamento para a vida toda. Pasmem! Eu não amava o meu segundo noivo. Estava apenas empolgada. Afinal eu já havia sido pedida em casamento dezessete vezes, mas assumi o noivado com dois… Quanto desespero. Mais deles do que meu. Imaginem! Ser pedida em casamento por tantos homens – dezessete candidatos. Que confusão em minha alma de adolescente.
Arrependi-me profundamente e voltei-me para o Senhor com um coração quebrantado. Senti o perdão e a graça do Senhor abraçando-me carinhosamente e dando-me um grande livramento. Levantei-me decidida: não casarei com este rapaz porque ele não é a pessoa certa, ele não é o escolhido de Deus para mim. Não obstante admirar profundamente suas qualidades e conhecer seu amor por mim faço opção pela vontade e o amor de Deus. Se eu ouvir a opinião de Deus, ele não me deixará errar na escolha do homem para minha vida.
Faltavam apenas três semanas para a data do casamento e eu precisava dar a notícia bombástica: não haverá casamento.
Fui à casa do Cilas levar-lhe o convite como havia prometido. Em meu coração já sabia que não haveria casamento.
Ao chegar fui recebida pelo Cilas e nos assentamos à mesa enquanto olhávamos algumas fotos. Conversamos sobre vários assuntos e o tempo passou. Decidi entregar-lhe o convite a meu contragosto, eu não queria falar com ele sobre o assunto e preferi que ficasse assim mesmo.
Imediatamente, ele pegou o convite de minhas mãos e o atirou ao chão pisoteando-o enquanto vaticinava:
_ Sara, sei que este rapaz não é o que Deus quer te dar como esposo.
Após pisar o convite, ele pegou um copo de vidro que estava sobre a mesa e o lançou na parede, dizendo:
_Por favor, acorde, Sara. Olhe nos meus olhos, eu vou te dizer as palavras mais verdadeiras.
E continuou:
_ Termine com esse cara e case comigo!
Estupefata, fiquei. Acabara de assistir a um teatro com boa dose de humor e drama.
Fitei-o longamente e disse-lhe:
_Cilas, não consigo compreendê-lo, ainda há pouco você me falava sobre a necessidade de se ter convicção de amor para assumir um casamento e agora você me pede em casamento de forma assustadoramente teatral. Como posso tatear o seu amor por mim e entender o seu pedido de casamento?
Minhas palavras foram seguidas de risos incontroláveis. Emocionada com toda com o cenário todo daquele momento de minha vida. Será se Deus levara a sério aquela oração que eu fizera ao conhecê-lo há pelo menos três anos antes desse episódio? Sim, Deus já havia desenhado o quadro do meu casamento e nele o príncipe encantado chamava-se Cilas.
Minha surpresa acentuou-se ao ouvir a resposta de Cilas:
_ Sara, eu te amo desde o primeiro dia que a vi e sinto este amor desenvolvendo-se a cada dia preparando-me para este momento. Eu quero casar-me com você.
_ Estou cansada de dar minhas próprias respostas a pedidos de namoro e casamento, já recebi dezenas deles e não quero errar novamente. Decidi que quero acertar, e o certo para mim será o que Deus me falar. Se você aceitar o desafio, ficarei feliz.
_ Aceito o desafio. Respondeu Cilas.
_ Saberei que você é o homem que Deus escolheu para ser o meu marido se Deus mostrar-me nesta noite através de um sonho. Hoje, eu rio muito quando lembro-me disso…
Acordamos sobre o pedido de confirmação de Deus, despedi-me e voltei para minha casa.
Cilas tinha trinta e dois anos, eu vinte e um.
…