No dia 8 de Março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, que tem como fatores originários as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho na época da Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um ‘dia da mulher’ já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.
A ONU, em 1975, designou este ano como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
Lamentavelmente, hoje, usa-se a data destacada em homenagem à luta das mulheres, para motivos comerciais. São incontáveis os apelos comerciais em razão do Dia Internacional da Mulher. Na primeira semana de Março de 2014 eu recebi mais de 20 e-mails de propaganda e promoções preparadas para o Dia Internacional da Mulher e mais outro tanto de SMS em meu celular.
O desvirtuamento das lembranças e verdadeiros motivos de celebração da figura da mulher podem estar relacionados talvez à própria performance adotada pela maioria das mulheres no século XXI.
Sempre gosto de buscar conhecimento e referenciais na Bíblia Sagrada. E lá encontrei perfis nobres de mulheres bíblicas que serão sempre lembradas e celebradas na comunidade cristã e em toda sociedade do bem. Mulheres que vivenciaram um estilo de vida em excelência e são dignas de serem imitadas e destacadas como referencial.
Nessa breve reflexão quero ater-me à figura de três delas: Débora, Marta e Maria. Elas deixaram um exemplo da mulher digna de ser lembrada não apenas no Dia Internacional da Mulher, mas no dia a dia do nosso viver.
No Antigo Testamento, o livro dos Juízes traz a personagem Débora. Débora foi a única mulher escolhida como juíza para a nação de Israel durante o período de 326 anos, aproximadamente, tempo em que os líderes da nação Israel eram os juízes.
Além de juíza, Débora era profetiza e entregava a mensagem do próprio Deus ao povo israelense. Era respeitada em toda a nação e temida pelas nações inimigas de Israel.
Ao ser convocada por Deus para exercer o poder judiciário em Israel, ela acreditou no chamado de Deus ainda que o povo israelense se encontrasse distante do Senhor. A maior crise vivenciada pelos lares israelitas era muito similar à que vivemos hoje: um esquecimento dos princípios e valores da Bíblia Sagrada e o consequente distanciamento de Deus, pois o ensino doutrinário nos lares estava escasso e o povo se esquecia dos mandamentos, das leis e do próprio Senhor.
Essa situação os levou a serem entregues nas mãos de povos inimigos (os povos Heteus, Fereseus, Jebuseus e outros) por repetidas vezes durante esses três séculos.
Débora, enquanto profetiza e juíza de Israel, ensinou o povo a se arrepender de seus pecados, de suas teimosias, e a se voltarem ao Deus de Israel. E como está registrado em Jeremias 29: 11, o Deus agiu em socorro do seu povo.
Durante o exercício de seu ministério, Débora exibiu uma liderança marcada pelo respeito, inclusive dos homens, veja a afirmação do próprio Baraque à ordem recebida de Deus, acompanhe:
“Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom; E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão. Grifo meu.
Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. Grifo meu.
E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. E Débora levantou-se, e partiu com Baraque para Quedes. Juízes 4:5-9
Débora acreditou na totalidade do propósito de Deus para ela e demonstrou ser uma mulher resiliente, audaz e obediente ao Senhor.
Seja resiliente! Não se dobre diante dos desafios. Eles podem surgir nas seguintes ordens:
- Desafios no âmbito do EU – pessoais.
- Desafios no âmbito familiar enquanto esposa e mãe.
- Desafios no âmbito do Relacionamento social e profissional.
- Desafios no âmbito espiritual.
Diante deles: chorar? Fugir? Entregar-se? Ou enfrentá-los com a sabedoria de Deus disponível em Sua Palavra? Sim, enfrentá-los e ainda se beneficiar-se deles. Busque ser uma mulher integral – reconheça sua identidade em Deus e a capacidade que o Senhor te deu para enfrentar e ainda se beneficiar com os desafios.
Lute por sua família, por seus propósitos, por seus sonhos ainda que te pareçam tão distantes e inatingíveis, o Senhor preparará suas mãos para a peleja (batalha). Levante as guardas!!! É hora de lutar!!! Lutar contra todo pensamento que não provém de Deus! Lutar contra o pecado. Lutar contra o divórcio. Lutar contra a violência infantil. Lutar contra a comunicação destrutiva no ambiente do Lar. Lutar pela presença de Deus em sua vida. Lutar pela salvação do seu marido e filhos. Lutar contra o mundo e seus conceitos distorcidos. Lutar pelo respeito e pela moral. Lutar até vencer!!! Lutar sem desistir!!! O Espírito Santo levanta nesta hora mulheres guerreiras e valentes de Deus que não se dobram diante dos gigantes por mais astutas que lhes pareçam suas caras e performances.
Nós somos o que pensamos, sentimos e fazemos. Provérbios 23: 7 já nos doutrina sobre isso. Precisamos alimentar nossos pensamentos, sentimentos e ações com todo o conhecimento e propósito oriundos de Deus para nós.
Eu posso ver uma geração de Déboras se levantando neste século. Aleluia!
O livro de Lucas no capítulo 10 e verso 41 registra um episódio ocorrido com Marta.
Por ocasião da visita de Jesus à casa de Marta e Maria, aquela mostrou-se demasiadamente “ansiosa e preocupada” com a arrumação da casa e a preparação do melhor alimento a ser servido ao convidado principal – Jesus. Nos dias de hoje características natas de Marta, como: organização e excelência nas tarefas são importantes, mas tais competências não se desenvolvem eficazmente desacompanhadas do conhecimento. E conhecimento, era exatamente o que o Mestre dos Mestres – Jesus, estava a oferecer a elas, porém Maria foi quem “escolheu a melhor parte”.
Marta se parece com muitas de nós. Repetidas vezes priorizamos o menos importante em detrimento do mais relevante, mas Marta nos deixa um grande ensinamento, ela aceitou a amável correção de Jesus, podemos visualizar o resultado em João 11: 20 quando por ocasião do falecimento do seu irmão Lázaro, quando ela ouviu que Jesus se dirigia a encontrá-las, ela se adiantou e afirmou com fé e conhecimento de causa: “Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido.” Uau! O coração ensinável de Marta me encanta.
Maria (a mãe do Salvador) se destacou por sua comunhão e total submissão a Deus – “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a Tua vontade”. A afirmação de Maria declarada ao Anjo do Senhor quando do anúncio de que ela fora agraciada e considerada “bendita” entre as mulheres para gerar o “Salvador – Jesus Cristo”, adicionada ao seu estilo de vida santo como convém às jovens solteiras obedientes ao Senhor, pois a Bíblia relata que era “virgem”, conjugados com a sua simplicidade no viver, trazem-nos um modelo nobre e digno não apenas de ser lembrado, mas praticado, vivenciado por nós mulheres com o propósito de agradar o Senhor e buscar “primeiramente o Reino de Deus e a Sua justiça.”
Maria sempre direcionou as pessoas a sua volta a se referenciarem em Jesus. Ela sabia ser Ele o Filho de Deus que tiraria o pecado da humanidade.
Esse deve ser o nosso viver: mostrar Jesus aos nossos filhos, ao nosso marido, aos nossos familiares, amigos e sociedade. Fazendo-nos valer da graça, da sabedoria e do fruto do espírito equilibrando nossa postura diária em todas as esferas.
Minha oração é que sejamos audaciosas como Débora, submissas como Maria e ensináveis como Marta.
Dra. Sara Bernardes
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